Viemos à Terra com a missão de purificação e transformação de nosso espírito. É aqui, através da convivência com outros seres humanos que descobriremos nossas imperfeições, nossos defeitos, nossas atitudes egoístas.
É nessa escola terrestre que descobrimos que a matéria mais importante do curso é o amor. Nós somos amor, pois, fomos criados à imagem e semelhança do Amor. Contudo, no decorrer de nossas vidas, sentimentos de medo, ódio, tristeza, insegurança dentre outros sentimentos negativos, começam a desenvolver-se sobre essa nossa natureza original, ou seja, sobre nosso Eu Superior.
Essa roupagem externa que camufla nosso verdadeiro “eu” é tecida, no tear da vida, urdida e reforçada pelo que aprendemos em nossa infância e pelas experiências no correr de nossos dias. Passamos a vida escondendo nosso eu verdadeiro e exibindo uma imagem de perfeição, pois, a sociedade em que vivemos, nos fez crer que só os bons e perfeitos merecem ser amados e alcançam a felicidade. O medo da rejeição, de não receber amor nos faz interpretar os papéis que passam a decidir nossas vidas. Assim, muitas vezes encobrimos com um sorriso estudado muitos defeitos, tais como nossa raiva, nosso ciúme, orgulho e egoísmo. Vestimos o traje da bondade, da paciência e da solidariedade. Muitos de nós passamos a vida usando esse disfarce e acabamos acreditando que realmente somos aquilo que aprendemos tão bem representar. Tornamo-nos domesticados como fossemos animais. A opinião dos outros passa a ser nosso guia.
Mas, nem todos conseguem conviver com essa mentira criada por nosso medo da rejeição. Por isso, numa determinada fase de vida, achamo-nos vazios de nós mesmos, uma vez que rejeitamos a nós próprios e a nossa verdade, verdade essa que nos levaria ao caminho da felicidade. É nessa hora de fragilidade em que procuramos olhar para dentro de nós e perguntar:
– Oh! Meu Deus! Que fiz eu comigo mesmo?
Quando isso ocorre, existem aqueles que entendem que tudo esta perdido, então esmorecem e entram em depressão. Melhor é dormir é ficar recolhido para não nos ver como estamos e no que nos tornamos. Contudo, existem aqueles que escutam a voz interior que chama que reclama uma atitude. A voz interior? Sim, todos nós temos essa voz, contudo, nem todos a escutam porque o volume pode estar totalmente fechado para não ser ouvido.
A voz interior que podemos chamar de “Eu Superior” se ouvida atentamente, passará a ser o nosso guia da felicidade. Não existe idade para começar a mudança de nossos hábitos. O “agora” é a hora de ser feliz. A voz interior nos fará olhar para dentro de nós mesmos para de início perguntar:
– Quem sou eu de verdade?
– Que vim fazer no planeta Terra?
– Para onde irei quando acabar meu estágio nesta vida?
– Por que respondi com rispidez à alguém?
– Qual o motivo que me faz falar mal de uma pessoa?
– Quais meus maiores defeitos de personalidade?
– Que posso fazer para viver em paz e de modo harmonioso?
Isso é só o começo da viagem, da jornada interior. Primeiro passamos a remover os entulhos que fecham o caminho para dentro de nós mesmos. São tantos, mas, o volume da voz que ressoa dentro de nós é suave e não nos acusa de nada…Não cobra, não acusa, só orienta, consola e dá forças para a continuidade de nosso trajeto rumo à felicidade.
O novo período que passaremos a vivenciar vem com algumas exigências, das quais podemos citar a prece em primeiro lugar, a boa e nobre leitura, o exercício da paciência e o perdão à nós mesmos. Perdoando-nos pelo que ficou lá atrás, compreenderemos melhor nossos semelhantes, perdoando-os também. O orai e vigiai pregado pelo Mestre Jesus e propalado através dos séculos será o escudo necessário para defesa de nossos novos sentimentos que nos levarão a uma vida de qualidade plena, ao encontro do amor por nós mesmos e conseqüentemente por nosso próximo.
O amor por nós mesmos, esse é o primeiro passo do “FAÇA TUDO PARA SER FELIZ”.
Com amor,
Irmão Savas