Os olhos de minha alma abrem-se no primeiro dia do ano novo e penso em ti meu irmão que ora dedicas parte de teu tempo para ler aquilo que meu coração te escreve.
Quais tuas esperanças e anseios para os dias que te aguardam no decorrer do ano recém nascido? Quais teus propósitos? Que promessas te fizeste no romper do novo ano quando no céu ainda estouravam os fogos de artifício?
Conforme já deixamos registrado em uma crônica anterior, desde nossa mais tenra infância temos necessidade de saber o quão somos importantes para alguém e o quanto somos amados. Ainda no colo daqueles que são responsáveis por nós, precisamos saber até onde eles se preocupam conosco e se podemos confiar em alguém.
Se alguma coisa saiu errada naquela época e as pessoas próximas não preencheram nossas expectativas, desenvolvemos uma profunda falta de confiança em nós mesmos. Passamos, desde então, a entender que não somos bons o suficiente para merecermos atenção, cuidados e amor.
Se formos privados desse amor, se nossa exigência não for correspondida, nossa noção de “EU SOU” fica danificada e crescemos com verdadeira fome interior, daquela fome que nunca é saciada. É fome de atenção, de afeição, de carinho e de amor.
Como não sabemos disso e como isso está guardado a sete chaves em algum compartimento de nosso coração, passamos a procurar respostas para esse amor exigente fora de nosso recanto secreto, ou seja, procuramos nas coisas materiais ou mesmo em outras pessoas, preencher o espaço vazio dentro de nós, espaço esse que deixou de ser devidamente mobiliado na infância.
Nossa sala de visitas antes de ser acolhedora, confortável e elegantemente ornamentada, encontra-se atulhada, desordenada, decorada com o mau gosto mundano e não com os requisitos indispensáveis para a harmonia interior. Para debaixo do tapete vamos varrendo nossas dúvidas, nossas inseguranças, nossos medos, nossas mágoas e nossa eterna carência.
Preciso aqui abrir um parêntese para anotar que em nosso primeiro encontro, na matéria que intitulamos de “ Servir com Amor” deixamos escrito que “ O passaporte para a cura interior nos será deixado aqui nesta página. Na bagagem que carregaremos pelo caminho, não poderemos esquecer de colocar a paciência, a boa vontade e a perseverança. Cultivando esses estados mentais positivos, seremos, com certeza, conduzidos a uma melhor saúde mental e conseqüentemente à felicidade”. Lembras ainda disso?
Hoje, no limiar do ano novo precisamos acrescentar em nossa bagagem algo importante que ajudará nessa trajetória rumo à felicidade. Perceba, meu irmão, que nesse mundo tumultuado em que vives, tens necessidade de manter um caderninho que te é extremamente valioso e que ficarias muito aborrecido se fosse extraviado. É o que denominaram de agenda. Segura essa agenda em tuas mãos e veja que no ano de 2008 inúmeros registros foram efetuados para que não fosse perdido nenhum compromisso, nenhum evento e nenhuma atividade.
Repara… Não existe nesse pequeno caderno que chamas de agenda, nenhum compromisso marcado com tua alma. Não… Não falo aqui de horas marcadas para cumprimento de tuas tarefas no templo em que frequentas e onde desenvolves tuas atividades religiosas. Falo dos compromissos que deverias manter com teu espírito, com tua alma carente que necessita de teu próprio colo. Falo daquilo que não fazes, daquilo que não tens o cuidado de agendar para suprir a falta do conhecimento de ti mesmo. Falo dos compromissos que tens com aquela criança emburrada mantida aprisionada dentro de ti.
Precisas agendar, irmão de meu coração, compromissos com tua alma. Precisas libertar a criança que desenvolveu um grande Ego e que não consegue abrir o compartimento secreto e mágico do Eu Superior, do Eu Espiritual e do Eu Sou.
Não resolve nada me dizer que já tinhas conhecimento de que existem dois seres dentro de ti, quais sejam, o “EU” e o “EGO”. Os livros dizem isso. Entre saber e executar existe uma ponte que muitas vezes não é atravessada porque o transeunte não confia no que vê à frente. Sente medo de fazer a travessia porque fixa seus olhos nas águas revoltas e barrentas que passam sob a ponte. Ergue teus olhos, filho de meu coração e enxerga a ponte de luz que te levará ao “EU SOU” tanto mencionado por Jesus em sua trajetória terrena. Ele ensinou a atravessar pontes feitas de luz, mas só enxergamos as águas revoltas. O medo não nos deixa atravessar pontes que nos dão a liberdade de SER.
Agendei para nós um novo encontro para darmos seqüência ao nosso diálogo de hoje. Digo diálogo porque escuto as respostas de teu coração enquanto teus olhos percorrem essas linhas. Preciso, portanto, que adquiras um pequeno caderno. Se te interessa entrar na escola do autoconhecimento precisarás ter uma agenda de compromissos com tua alma. Compre-a, portanto, amado irmão! Compre-a, te peço.
Os dias, as semanas ou os meses que usarás a agenda é uma decisão só tua. Mas, com o passar do tempo, isso te asseguro, verás que investir em ti mesmo é a chave para tua verdadeira e real felicidade.
Com amor,