Meu Irmão,
Já tivemos oportunidade de aqui conversar sobre os malefícios do orgulho e os benefícios da humildade. O nosso colóquio de hoje visa mais uma vez abordar tal tema, contudo, dando maior abrangência ao assunto.
Dentre todas as deficiências que tem o homem, sem receio de errar, o orgulho é o mais acirrado inimigo da alma que atravessa séculos reencarnando para aprender a domá-lo. O orgulho é a cultura do “ego”. Preste atenção, pois, em quantas vezes por dia pronuncias a palavra “eu”. “Eu quero que…, eu entendo que…, eu vou…, eu faço, eu tenho…etc…etc…
O orgulho tem muitos filhos, os quais foram batizados como vaidade, arrogância, vanglória, prepotência, presunção, autossuficiência, amor-próprio, exibicionismo, egocentrismo, egolatria, entre outros. Bem por isso, a alma que quer evoluir precisa travar uma imensa batalha para dominar, enfraquecer e por fim vencer esse inimigo número um da personalidade.
Paulo de Tarso ou apóstolo Paulo foi um grande escritor que divulgou o cristianismo primitivo. E tal feito só se realizou quando o perseguidor tenaz de Jesus venceu seu orgulho. Ele, não poupou esforços para ensinar que é necessário vencer o orgulho, pois, tudo que possuímos vem de Deus e que não é mérito próprio. Assim, Paulo deixou escrito numa carta que escreveu aos Coríntios que “nossa capacidade vem de Deus” (II Cor 3,5). Aos romanos ele falou: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto” (Rm 12,3). “Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). Aos gálatas, o apóstolo dos gentios deixou escrito: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3).
O orgulhoso ao educar seus filhos transmite-lhes a mesma soberba incrustada em sua personalidade. E assim, nos retratos da vida cada vez mais aparecem mais orgulhosos que vão se multiplicando. Pais esses que ao verem o filho praticando iniquidades preferem transferir a responsabilidade aos espíritos malignos que estariam a influenciar seu descendente. Assim, “os demônios” recebem a culpa pelas mentes carregadas de soberba, cujo intuito é alimentar o “eu” individual.
Não é difícil detectar o soberbo no meio em que vivemos. Também não é difícil ver nossos retratos no álbum da vida posando de orgulhoso, mesmo que nos achemos um exemplo de humildade. Repare na gargalhada alta cujo dono busca a atenção da plateia distraída. O orgulhoso sente-se insultado quando não é observado ou aplaudido. É na busca de aplausos que esse deficiente procura se comparar ao seu próximo, demonstrando o quanto lhe é superior. É nessa hora que observamos a pequenez desse arrogante.
Quando o soberbo descobre que não é merecedor de aplausos espontâneos e que na realidade foi iludido pela vaidade resta-lhe buscar a cura para suas atitudes errôneas. O antídoto para o veneno do orgulho é a prática diária da humildade e modéstia.
Para terminar, deixa-me te dizer Irmão, que “o demônio” não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender da humildade.
Com amor,
Irmão Savas
(Mentor do Núcleo Espírita Nosso Lar)