Na atualidade, a ciência acata plenamente e com naturalidade a afirmativa de que as doenças consideradas sérias e de riscos, na maioria das vezes, ocorrem após acontecimentos altamente estressantes na vida das pessoas.
Na década de 70, T. Holmes e R.Rahe – especialistas em estresse da Universidade de Washington- descobriram que importantes “mudanças da vida” produziam estresse e este era um item que poderia servir como parâmetro para prever futuras doenças. Relacionaram diversos fatores estressantes graves ( a morte de cônjuge, divórcio, separação conjugal , doença na família, gravidez, dificuldade sexual, etc) e constataram que todas estas ocorrências geravam tensões físicas e emocionais que deveriam ser plenamente elaboradas a fim de evitar que se transformassem em riscos potenciais de enfermidades, mal estar e acidentes.
Geralmente essas ” mudanças de vida” são experiências que implicam em drásticas alterações de hábitos, na maneira de nos relacionarmos com as pessoas e especialmente em nossas auto-imagens. Apesar da relativa facilidade dos seres em adaptar-se `as modificações e novas condições experimentadas, é certo que o estresse afeta e deixa suas marcas no sistema reprodutivo das células , nem sempre estimulando reações positivas e abrindo assim verdadeiras brechas no sistema defensivo (imunológico) do organismo facilitando desta maneira, as condições de desenvolvimento das DOENÇAS , as quais podemos entender como sendo a resposta imediata do corpo às condições emocionais e tensões mal elaboradas ou mal aceitas. Quando aceitamos a incumbência espiritual de coordenar os trabalhos do CAPC (Centro de Apoio ao Paciente com Câncer) – sob os auspícios do NÚCLEO ESPIRITA NOSSO LAR – além das pesquisas e preparações acadêmicas, procuramos também informes sobre as doenças e suas origens dentro do entendimento espiritual, pois julgamos este último o mais importante deles e a mola propulsora de nossos trabalhos, efetivamente. Em uma das muitas tentativas de encontrar com o médium espírita Francisco Cândido Xavier em Uberaba MG, fomos levados a conhecer um médico psiquiatra que na época nos orientou e direcionou a diversos estudos.
Dentre as obras indicadas, adquiridas e estudadas estava um pequeno livro de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier com o titulo “Pensamento e Vida”, lançado em fevereiro de 1958, e que foi decisivo para a consolidação do sistema que atualmente é executado em NOSSO LAR, recebendo o auxílio e a crítica dos mais modernos segmentos da medicina convencional. Em seu capitulo XV, às páginas 76 e 77, lê-se:
“A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança, criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.
É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior. Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação. Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo a pesados tributos de sofrimento.
Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos. Neste trabalho de permuta constante, adquirimos imensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variados caracteres, compelindo-nos a recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência. Mas não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes. Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.
Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas; acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias. Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são conseqüentes.”
Como se vê, o instrutor espiritual chama claramente a atenção para a disciplina de emoções e sentimentos.
Este, sem dúvida, é o ponto chave importante para a medicina do futuro , tendo que, já neste momento, as equipes de saúde têm assinalado os fatores emocionais como causa de doenças. Mais tarde, ensinarão, com certeza, ao cidadão comum o respeito presumível às leis naturais da vida. Tanto no NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR , quanto no CAPC (Centro de Apoio ao Paciente com Câncer) os ensinamentos são direcionados inteiramente para a compreensão de que “CRIAMOS E PODEMOS ALTERAR A NOSSA REALIDADE”. Assim sendo, não apenas fazemos com que átomos e moléculas passem a existir, como também – segundo a metafísica – coreografamos a sua dança. Visto que a consciência é a origem de todas as coisas, nada acontece a não ser que verdadeiramente “queiramos” que isso aconteça. Nossos pensamentos decidem quais, dentre um número infinito de acontecimentos possíveis e prováveis, vão de fato se manifestar em nossa realidade. Portanto, nada acontece por acaso: tudo obedece a um impulso interior e um consentimento nosso para se realizar.
Criamos cada sucesso, cada fracasso, cada doença, cada relacionamento, cada promoção, cada fragmento de boa ou má “sorte”, cada desentendimento dentro da família, cada problema, cada trauma, cada “acidente”, tudo. Não existem triunfos ou tragédias que não tenham sido criados por nós. Nossos problemas não são causados pelo mundo “lá de fora” – nem por Deus, pelo destino ou por nossos carmas – mas pelo nosso mundo interior.” O significado correto da palavra “carma” é ação voluntária através do corpo, da fala e da mente.
O carma é uma causa que iniciou sua ação através da vontade; não é o efeito, absolutamente.” Assim nos ensina o Filósofo Paul Brunton. Se estamos sendo responsabilizados pela criação de tudo que nos acontece, devemos também entender que as soluções passam por nossos desejos, crenças, atitudes, sentimentos e escolhas. Desta maneira explicamos nossa relação com nossos pacientes nos tratamentos desenvolvidos em NOSSO LAR e no CAPC: o incentivo constante à busca e ao encontro da ” outra porta”, da outra direção, outra visão, outra atitude perante a vida , perante o existir aqui e agora, tendo a consciência do poder de transformação que existe latente em cada um de nós.
Quando os hábitos de vida são corrigidos e levados a se ajustarem aos requisitos de equilíbrio, fazendo cessar as condições que deram origem e sustentação aos males , isto é, quando nos apropriamos de nosso verdadeiro caminho, à Luz do Evangelho, as chances de alcançarmos êxito e felicidade em todos os campos de nossa vida são infinitos. Se incorremos em ” erros “, estamos indo contra a natureza criadora, sua formação e sua forma plena de expansão e apresentação. Passamos a ser seus desafiantes e deixamos de ser co-partícipes de suas ações de tudo equilibrar e corrigir.
O que fomos no passado não é importante. O que somos agora é importante. O que pretendemos de nós mesmos no futuro tem importância vital. Nosso guia , nosso farol, nosso manual de instruções para nos projetarmos como seres felizes e plenos, existe gravado em nossos corações e aflora com a vivência dignificante e inteligente das páginas no Evangelho – um livro que foi escrito não para ser lido, mas para ser vivido.
” Você não é apenas a sombra
Que está dançando na parede,
Mas a mão que produz a sombra,
E também a luz.”
(Emmanuel)