Irmão de minha alma ,
Uma vez mais venho ao teu encontro para falar sobre fatos corriqueiros, os quais acabam por determinar a postura de muitos seres em sua vida cotidiana. O mundo, no burburinho em que se vive é retratado pelos jornais e demais noticiários que alertam sobre o crescimento da violência, os crimes por ela produzidos, bem como sobre a falta de segurança que impera em grande parte do Planeta. O medo senta-se a mesa para o café matinal, assim como na hora do almoço e do jantar para finalmente deitar-se na cama na hora do descanso noturno. Tudo isso gera emoções de baixa vibração, cria impulsos negativos e pode, inclusive, se instalar na alma de um ser tornando-o mesquinho. Ou seja, passa a ter atos mesquinhos ainda que se diga seguidor das doutrinas religiosas, que frequente uma igreja, uma sinagoga ou um centro espírita. Raros são aqueles que se encontram vacinados e imunizados contra a crescente raiva, inquietação e desespero que assola o mundo moderno. Esses aprenderam a segurar as rédeas da emoção, dominando-as. E por isso têm paz interior e sentem-se felizes.
Por tudo isso, meu Irmão, venho insistir uma vez mais em abordar um assunto que já é corriqueiro em nossos meios, mas, que ainda não é compreendido por todos. Quando, meu Irmão, será compreendido que é necessário o conhecimento de ti mesmo para ser feliz? Quando o homem perceberá que enquanto não aprender as controlar suas emoções será como uma pipa sem rabiola?
Por vezes escuto o que se conversa nos corredores da vida e vejo que a mesquinhez estampada nos olhos dos homens ainda que usem a máscara da bondade. Um comentário maldoso sobre alguém que passa, um cochicho ridicularizando a pessoa perante qual se sentem inferiorizados e na maioria das vezes destilam um veneno que brota do interior fabricado pela raiva que vem contaminando grande parte da humanidade como se fosse um potente vírus.
O vírus “raivoso” pode se manifestar nos relacionamentos mal resolvidos, nas torcidas fanáticas de futebol, na política em época de eleições, nas disputas pelos primeiros lugares no meio social, dentre outras situações. A competição é doentia e o contaminado pelo vírus passa a ter prazer em “plantar” seu sentimento doentio. O prazer da competição desaparece para se tornar uma doença que aos poucos pede mais força até se transformar em um ódio surdo que não se manifesta abertamente. A partir de então o único prazer que sente é contaminar outros seres com suas opiniões distorcidas. Para tanto não mede esforços em plantar mentiras onde estão embutidas as calúnias e difamações.
Na realidade, tais comportamentos são projeções onde o indivíduo transfere toda a raiva e sentimento de rejeição que tem dentro de si. Tais projeções inconscientes acontecem o tempo todo, sempre que se têm emoções não resolvidas. Porém elas ocorrem de uma forma sutil e na maioria das vezes o afetado não se dá conta disso.
Gosto de falar de amor, mas, hoje a preocupação e o senso de responsabilidade me fazem austero com as palavras… Essa também é uma forma de amar… É muito fácil amar o terno, o bondoso e o iluminado. Mas, amar a ovelha desgarrada, parar tudo que está se fazendo para resgatá-la é a responsabilidade que Jesus, o Cristo, nos deixou como herança em sua parábola.
Por isso, Irmão de minha alma, olhe dentro de si mesmo e veja qual é a cotação das ações em teu cofre interno. Quais as ações que estão mais cotadas? O amor ou o ódio? Se tiveres a ternura, o amor, a saúde espiritual é porque estás vacinado contra tal vírus tão pernicioso. Se assim for, não percas tempo, Irmão meu, e vai curar aqueles que precisam descobrir o amor altruístico. Ajude cada irmão necessitado da Luz do Amor a conhecer a si mesmo e a extirpar a raiva de dentro de sua alma. Ensine o doente a educar suas emoções controlando-as, conforme temas já abordados em crônicas anteriores. Ensine-o a cultivar seu jardim interior. Ensine-o a amar, pois essa é a tua missão na Terra.
Com amor
Irmão Savas
(Mentor do Núcleo Espírita Nosso Lar)