Irmão de minha alma,
Meu aluno e meu professor nesta Escola da Vida, eu te saúdo em nome da Espiritualidade de Luz para que juntos possamos entender e realizar os desígnios de Deus. É fato conhecido nosso que o crescimento de um homem, suas conquistas e sucesso são obtidos com a elevação de seus pensamentos.Contudo, o homem pode ser um perdedor e fracassado se não policiar seus pensamentos pessimistas e desencorajadores.
Também temos conhecimento que aquele que tem Deus dentro de si tem alegria e investe em sua felicidade, naquela felicidade que lhe propicia a paz interior. Não obstante tal constatação, a grande maioria ainda insiste em pensar que deve sacrificar seus prazeres, pois, é crença de muitos que a felicidade não é deste mundo e que aquele que sofre chega mais depressa à Deus, pois, foi Ele que lhe enviou a dor e o sofrimento.
Desse modo, cheios de conceitos sobre o sofrimento, de modo geral os homens acreditam que seria imoral sacrificá-lo. Os grandes pensadores, contudo, preocupados com a evolução do homem, criaram uma regra e ensinamento para o combate às emoções negativas, assim sintetizado: “HOMEM, SACRIFIQUE TEU SOFRIMENTO”.
Cabe aqui abrir um parêntese para anotar que existem duas espécies de sofrimento, quais sejam: o sofrimento real e o sofrimento imaginário, esse criado pelo próprio homem. Sofrimentos imaginários ou emoções negativas afastam o conhecimento que nos leva à sabedoria, enquanto que o sofrimento real, inevitável, muitas vezes poderá ser necessário para proporcionar o conhecimento.
A maior parte de nosso sofrimento é “sofrimento em vão” que vem de sentimentos de cólera, inveja, culpa e ressentimentos, dentre outros. Mesmo sendo sofrimentos desnecessários e imaginários, na maioria das vezes não queremos sacrificá-los. A morte de um ente querido, por exemplo, é um sofrimento real. Através dele, as pessoas adormecidas têm que sofrer, pois, talvez haja, nesse sofrimento, um grande propósito cósmico para que despertem e adquiram sabedoria. O sofrimento real, portanto, é providencial, vez que se pudessem organizar suas vidas de modo com que vivam felizes e contentes jamais os homens despertarão. A evolução, pois, vai depender da atitude do homem. Tornar-se-á mais evoluído aquele que aceita o sofrimento e tenta não se identificar com ele.
Se o sofrimento não existisse, seria necessário criá-lo porque, sem ele, não podemos chegar a correta lembrança de nós mesmos. Essa lei cósmica é criada para que o homem se torne mais forte, pois, a força somente pode ser criada pelo sofrimento.
Contudo, se nos identificarmos com o sofrimento, se formos dominados pela sensação de tristeza pela perda do ente querido, por exemplo, poderemos desenvolver emoções negativas ou sofrimentos imaginários. Isso poderia se tornar destrutivo, prejudicial, podendo debilitar a saúde. Uma dor física ou doença também é considerada um sofrimento real, mas, pode se tornar uma emoção negativa quando passamos a sentir a autocompaixão.
A autocompaixão é a posse mais importante do homem. Ele se identifica primeiramente com uma idéia imaginária que tem de si mesmo e passa a vivenciar a imagem que faz de si próprio. Exemplificando, a criança que não foi amada pode carregar consigo a vida inteira uma carência afetiva que lhe leva a autocompaixão.
Muito embora o homem não admita que goste dessa autocompaixão, ele vive mergulhado nela, absorvido por ela, e jamais a sacrificará, pois, se sentiria perdido sem ela. Virou um hábito. Houve identificação do homem com o sofrimento voluntário. A identificação faz com que o homem pense pequeno e se sinta acorrentado e com baixa no padrão de sua capacidade intelectual normal.
Enquanto não nos livrarmos do sofrimento inútil, não podemos chegar ao sofrimento útil que nos fortifica e nos mostra o caminho para o conhecimento. Temos, portanto, que aprender a distinguir o sofrimento útil do sofrimento imaginário para poder sacrificar essa emoção negativa e irreal.
No sofrimento só uma pequena porção dele é real. O sofrimento real é limitado pelo tempo. Um dia ele acaba. O mesmo não acontece com o sofrimento imaginário. Esse não pode ser limitado e nada pode fazê-lo parar, salvo se for compreendido pelo homem que o alimenta. Quando o homem descobre que o sofrimento é uma parte imaginária de si mesmo, que é produto de sua vontade, fruto de emoções e imaginação negativas, ele sacrifica o sofrimento e se liberta.
A primeira condição para livrar-se do sofrimento inútil é conhecê-lo pelo que é. Quando conhecemos nosso sofrimento imaginário, o primeiro passo a ser dado é decidir mentalmente abrir mão dele. Feito isso, devemos treinar o desapego que temos com esse tipo de sofrimento. Enquanto estivermos hipnotizados pelo sofrimento irreal, não faremos esforço para livrar-nos dele.
O homem é feito de modo especial para evoluir, pois, é uma experiência especial realizada para o desenvolvimento de si mesmo. Para tanto, conforme já mencionamos em oportunidades pretéritas, o homem precisa se conhecer. Por isso, irmão de minha alma, mergulhe mais uma vez em teu interior e examine as causas de teus sofrimentos. Estude um por um, separando os sofrimentos reais dos sofrimentos imaginários. Pondere tuas emoções negativas e descubra aquilo que tens que trabalhar e treinar para que deixes de perpetuar tua dor, mantendo-a alimentada com as mágoas, pois, a situação criada outrora faz parte da página já virada e que no entanto insistes em ler novamente no livro da vida.
Sacrifique teus sofrimentos inúteis, produto de tuas emoções negativas e dá atenção ao teu sofrimento real, aceitando-o sem te identificar com ele, para que possas atingir o conhecimento e a sabedoria que te leva à Deus.
Com amor,
Irmão Savas