Ah! Como faz bem repousar os olhos num olhar sereno, doce e tranquilo e o quanto é penoso conviver com olhos duros, brutos e raivosos… O tempo passa, o corpo se curva, mas, o olhar continua áspero, azedo e arrogante.
Essas observações me levam a lembrar das palavras de Jesus que com seu jeito humilde e despojado, não escreveu, mas, disse verdades que foram compiladas por seus discípulos e que continuam abrindo as portas do conhecimento e da verdade. Ele falou dos olhos bons e dos olhos maus. Da doçura no olhar e da raiva que no olhar existe.
Uma das verdades contidas no Evangelho de Jesus fala sobre os olhos, sobre a luminosidade e a escuridão interna. Isso está registrado em Mateus 6:22 :
“Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas.”
As pessoas que vivem na escuridão interna não podem de uma hora para outra enxergar a luz, pois, a claridade precisa ser administrada com o conta-gotas da paciência, da cautela e da compaixão. Uma verdade dita abruptamente pode lesionar com gravidade uma alma que poderia ser resgatada através da delicadeza espiritual de quem ensina por amor.
Uma pessoa que se tem em alto conceito, que se acha cheio de razão e que é um idólatra do “ego” não consegue reconhecer seus defeitos, suas deficiências, todavia, aponta os defeitos e erros de outras pessoas com a maior facilidade. E sobre isso, Jesus falando outra vez sobre olhos ensinou:
“Por que você olha o cisco no olho do teu irmão e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do seu olho’, quando o tempo todo há uma viga no seu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão.”
Assim sendo, volto ao velho assunto, qual seja, “conhece a ti mesmo”… Quando passas a buscar o conhecimento de ti próprio e a te interessar pelo aprendizado do outro deixas de querer fazê-lo bom e passas a lhe fazer o bem, abrindo o caminho para que ele também possa se conhecer internamente e assim fazer-se bom.
O maior ensinamento que podes transmitir ao teu semelhante é ser permanentemente bom. Tal atitude leva aquele que te observa a desejar também a ser bom, pois, isso trás felicidade e ele sente que tua felicidade é genuína.
Faça, portanto, que o brilho de teus olhos iluminados pela bondade desperte nos olhos sem lume, sem paz e sem ternura, o amor incondicional gerado nas esferas do Amor Maior .
Com amor,
Irmão Savas
(Mentor do Núcleo Espírita Nosso Lar)