E chegou um dia em que Deus observou que a grande maioria dos homens seguia rituais e repetia automaticamente preces elaboradas por antepassados que preservavam a tradição religiosa. E então, Deus cheio de compaixão pelos homens entendeu que eles necessitavam de alguém que lhes ensinasse a amá-Lo, pois, se O descobrissem dentro de si próprios, também descobririam a felicidade.
Assim, numa noite em que o céu estava bordado de estrelas, Jesus se apresentou na Terra, testemunhado por Deus que escreveu versos de amor com a luz de uma estrela cadente. Era noite, mas, a aura da Terra se encheu de brilho e momentaneamente fez-se dia no planeta de homens tão tristes.
Isso aconteceu há mais de dois mil anos atrás.
Jesus bebê teve fome e sugou o seio de Maria. Jesus criança chorou ao ver os pássaros abatidos em pleno vôo quando os moleques se divertiam com a caça. Jesus adolescente se enamorou com o por de sol, sentiu saudades da casa do Pai. Em idade própria estudou nos pergaminhos mofados, as lições que os homens ensinavam sobre o Criador.
Jesus filho às vezes se assombrava com a beleza da virgem que emprestou seu ventre para que ele viesse à Terra. Quantas vezes Jesus de olhos atentos viu sua mãe esfregando o chão de uma cozinha, ou as roupas sujas do pó da marcenaria em que trabalhava em companhia de José, o bom José. E Jesus romântico beijou as mãos da santa mulher.
Como não poderia deixar de ser, Jesus que tinha Deus no coração era alegre e sorridente. Não tinha a alegria ruidosa, mas, possuía a alegria tranqüila e suave de quem não necessita de estímulos para ser feliz. Quantas vezes no final da tarde ele foi encher sua alma com o crepúsculo. Quantas vezes Jesus colheu as lágrimas da noite que se fizeram orvalho para tirar de seu rosto o sono de uma noite passada ao relento. Quantas vezes Jesus ensimesmado acompanhou a jornada de uma joaninha em sua mão. Trazia a paz dentro de si. Era tão alegre…
Depois, chegou a época em que Jesus abandonou a marcenaria, pois, era preciso mostrar ao mundo quem ele era, de onde veio e para onde iria. Em síntese, veio mostrar o caminho para a Casa e Coração do Pai, a trilha para a felicidade. Foi então que escolheu a dedo os discípulos que no futuro e no momento propício dariam o testemunho de sua passagem pelo planeta. E a convivência com os mesmos foi feita de risos e sorrisos, ainda que por vezes, de dor e lágrimas. Se fosse possível colocar nos pratos de uma balança os sorrisos e no outro prato as lágrimas, veríamos que aqueles pesavam mais que essas.
Contudo, chegou numa época que o carisma do Carpinteiro de Nazaré passou a incomodar aqueles que eram insípidos e cheios de medo de perder o poder, principalmente o poder que mantém os homens escravos de certos dogmas. E assim, pregaram o Filho de Deus numa cruz.
Do mesmo modo que as religiões implantaram no coração dos homens o medo de um Deus colérico, usaram a imagem de um Cristo sofredor para nos imputar a culpa pelo padecimento do mesmo. E assim, o mundo conhece poucas imagens alegres de Jesus.
A crucificação foi necessária para que a história fosse memorável e preservada até nossos dias. Se Jesus se tornasse idoso, doente e tivesse morte natural, provavelmente não estaríamos comemorando o natal, pois, sua história teria se perdido no tempo. Por isso, a morte dolorosa, a humilhação e a dor. Porém, essa imagem sofrida, não é a imagem que Jesus quer que tenhamos de si. Devemos lembrar-nos dele de forma alegre, pois, ele é alegria, é ternura é o AMOR que se fez carne, se fez humano para que fosse finalmente compreendido pelos homens.
Hoje, véspera de Natal, data em que o mundo cristão comemora o aniversário de Jesus Cristo, e que os homens trocam presentes entre si, permita, meu bom irmão, que eu também te presenteie. Abra meu pacote e veja que te trago a imagem de um Jesus humano, risonho e feliz. Um Jesus que gostava de uma ceia bem preparada com os temperos próprios da cozinha e cultura da época. Ele apreciava uma boa comida e abençoava tudo o que comia.
Trago também para ti, a fotografia de Jesus tirada na festa de casamento de um amigo da família, onde ele transformou a água em vinho para que a festa continuasse alegre. Ele gostava de festas…
Mostro essa outra fotografia de Jesus de cabelos molhados após o banho que o livrou da poeira da estrada. Veja, está sentado entre amigos contando um fato cômico ocorrido na viagem que fez com seus discípulos. E nesse pôster especial e colorido, trago a fotografia de Jesus, onde podemos ver seus dentes brancos contrastando com a pele bronzeada pelo sol que banhava a Jerusalém de outrora. Repara no sorriso! Ele gostava tanto de sorrir…
Esse é um verdadeiro presente que te trago neste Natal de 2008: o sorriso de Jesus. É assim que ele quer ser lembrado. É assim jubiloso que ele quer que sejas. E quando tiveres aprendido a sorrir com Jesus é porque já descobriste o caminho para chegar ao Pai.
Feliz Natal, meu irmão querido.