No dia oito de agosto de 1995 a Federação Espírita do Estado de São Paulo convidou Divaldo Pereira Franco para proferir uma conferência, realizando, concomitantemente, um chá beneficente em prol de suas obras assistenciais no Clube Atlético Juventus, na cidade de São Paulo.
Foi uma tarde agradável de convívio fraterno, com apresentações artísticas de bom gosto e música erudita que nos elevou espiritualmente.
O ponto alto do chá beneficente foi a brilhante palestra de Divaldo que nos brindou com ótimas explanações sobre o autodescobrimento.
Dessa palestra destacamos a história: O Lenhador e a Floresta (lenda árabe), com farto material para a nossa reflexão, e da qual fizemos uma adaptação.
Uma floresta verdejante, encravada nas montanhas, cortada por riachos cantantes, heras e flores, faziam a alegria de um pobre lenhador que vendia galhos secos, troncos de árvores carcomidos pelos anos, a fim de sustentar a família.
Dada à miséria em que vivia, orou a Deus com muita fé e esperança, pedindo auxílio.
Um peregrino passou pela porta de sua choupana miserável e lhe sugeriu:
– Homem, entra na floresta!
Meditou um pouco na frase do ermitão e resolveu entrar na floresta, a fim de explorá-la.
Como era uma floresta de difícil acesso, ainda virgem, entrou com cautela. Observando, porém, a beleza da mata, com suas árvores vetustas e frondosas, enfeitadas por orquídeas raras, agora totalmente floridas, na festa da primavera, sentiu-se encorajado.
Caminhando um pouco mais encontrou uma grande reserva de árvores de mogno, considerada madeira nobre. Entusiasmado com a novidade, serrou alguns toros e vendeu-os na cidade. Acenado pelo lucro, organizou uma madeireira, utilizando o belo material.
Pouco a pouco foi saindo da miséria e tornou-se um próspero comerciante. Contava, então, quarenta anos de idade.
Lembrou-se do sacerdote, e entrou novamente na floresta. Desta vez encontrou em seu seio uma bela mina de prata. Apressou-se em registra-la e passou a administrar o rendoso negócio.
Agora era um rico comerciante de madeiras finas e de prata. Contava cinqüenta anos de idade.
Alguns anos depois, agradecia a Deus em oração, quando ouviu novamente a voz que lhe dizia: – Homem, entra na floresta!
Agora, com máquinas apropriadas e pessoal qualificado, embrenhou-se na mata e encontrou precioso tesouro aurífero.
Tornou-se rico e famoso, sua família possuía luxo e conforto. Tudo mudara em sua vida.
O seu coração, então, estava fatigado pelas comodidades mundanas, pelo supérfluo que pesava em sua alma, pelas exigências do mundo de negócios. Não havia encontrado a paz. Contava setenta anos de idade.
Ao orar e meditar profundamente, ouviu novamente aquela voz: – Homem, entra na floresta!
Todavia, desta vez, desejoso de encontrar-se com Deus e consigo mesmo, na busca da paz, entendeu melhor a mensagem, entrou na floresta da alma e lá encontrou tudo de que necessitava, acalmando o coração.
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