Meu caro Irmão,
Hoje venho falar-te sobre a alegria… Da alegria espontânea ao ver um pássaro entoando seu canto, de ver o por do sol na hora em que o dia se despede dando lugar para a noite, de abraçar e ser abraçado… Venho te falar, meu Irmão, das pequenas alegrias, alegrias essas, quase banais… Dessa alegria que se instala nos corações dos que aprendem a viver sem as exigências do mundo externo, porém, de acordo com seu mundo interior.
A alegria genuína é encontrada facilmente na criança cujos olhos espelham sua alma ainda pura, inocente, humilde, sem rancores, críticas, julgamentos ou ódio. E então, ao constatar essa pureza nos olhos dos infantes, lembro uma passagem do Evangelho que menciona as palavras de Jesus no momento em que vê seus apóstolos afastando as crianças para que ela não O incomodasse. Disse Ele:
“Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é daqueles que são como elas”. (Mateus, 19, 13-14)
Em outra ocasião, os discípulos perguntaram a Jesus quem seria o maior no reino dos céus. Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles dizendo:
“Com toda a certeza vos afirmo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Portanto, todo aquele que se tornar humilde, como esta criança, será o maior no Reino dos céus.”… ( Mateus, 18, 3-4)
Vivemos a procura da felicidade e quando a encontramos constatamos que ela não está fora de nós e sim em nosso interior. O Reino dos Céus, muitos ainda não entenderam que está dentro de nós. Por isso passam a vida toda correndo atrás de alegrias fúteis e momentâneas que não trazem a felicidade duradoura. Bem por isso, aqueles que ainda não adentraram no Reino dos Céus não podem entender porque alguém que sofreu uma grande perda seja ela moral ou material continua a ter alegria. A alegria aqui abordada independe de fatores externos e materiais. É como um fogo que ilumina e aquece nossa alma. É a presença de Deus dentro de nós, independentemente de termos uma religião ou um deus.
Por isso, meu Irmão, precisamos atender o que Jesus nos pede, ou seja, que nos tornemos como as crianças… Coração de criança, alma de criança que desconhece a hipocrisia, a mentira, o orgulho, o ódio, e tantas outras deficiências psicológicas que fecham o caminho para o desenvolvimento espiritual.
Perdoando-nos pelos erros cometidos e amando-nos incondicionalmente voltaremos a ter nossa alma pura e limpa como no tempo de criança. Só então teremos a alegria aqui apregoada.