A vida transcorre enquanto o tempo segue seu curso incessante.
Ontem já passou, o hoje estamos vivendo, e o amanhã virá, trazendo consigo surpresas que nada mais são do que consequências das nossas escolhas, mudanças e renúncias.
Não basta simplesmente aceitar tudo como desígnio divino, pois, na realidade, tudo o que ocorre é resultado das nossas próprias ações, construções e decisões. A vida torna-se bela, grandiosa e surpreendente quando compreendemos o maior presente que recebemos de Deus: o livre-arbítrio.
Nada está rigidamente determinado; tudo está em constante transformação, pronto para ser entendido, modificado ou aperfeiçoado. Absolutamente nada é definitivo ou mera imposição do universo. Assim, não existem recompensas ou castigos predestinados, apenas consequências diretas das nossas escolhas e atitudes.
Podemos mudar tudo em nossa vida a partir de agora. A dor, a mágoa, a desilusão, os relacionamentos fracassados ou perturbadores — tudo pode ser transformado. O primeiro passo está no autoconhecimento e na disposição de buscar aquilo que nos faz melhores.
Muitas vezes, perdemos tempo fugindo das sombras que nos perseguem em nossa caverna pessoal, enquanto a vida segue seu fluxo. Estamos neste plano físico para vivenciar experiências, aprender e superar desafios. Nossa missão é transcender o medo, o desconhecimento e as crenças limitantes que nos impedem de evoluir espiritualmente.
Precisamos romper barreiras e superar os limites que nós mesmos impomos, entendendo que cada escolha influencia nossa jornada. Devemos revisar nossas crenças, atitudes e nossa postura diante da vida. Muitas vezes, nos colocamos como vítimas das circunstâncias, quando, na verdade, podemos adotar uma posição ativa de superação, conhecimento e felicidade.
O ano que se inicia nos convida a essa reflexão.
Reviver a lenda da Caverna de Platão nos ajuda a compreender a busca pela verdade e a nos libertarmos da ignorância. Chegou a hora de encarar a realidade sem subterfúgios, sem culpar os outros, o mundo ou os traumas do passado que ainda usamos como muletas emocionais.
Platão argumenta que a verdadeira realidade é eterna e imutável. E um ser só pode ser verdadeiramente feliz quando encontra a essência do seu espírito, enfrentando suas sombras, medos e falsas crenças sobre a própria dor.
Que possamos, com amor e consciência, trilhar esse caminho de luz e liberdade.
Com amor,
Irmão Savas
(Mentor do Núcleo Espírita Nosso Lar)
Elaborado em 1998 – Adaptado em 2025