Hoje, meu irmão,
Venho sentar-me ao teu lado para mais uma vez conversar silenciosamente contigo. Entendes quando te digo que conversamos silenciosamente, não é mesmo? Pois bem, hoje nossas almas deverão ainda dialogar sobre emoções, uma vez que são elas, as emoções negativas que provocam tantos problemas no mundo. Contudo, se nossas emoções forem bem gerenciadas poderemos ter uma vida mais tranqüila e harmoniosa, proporcionado o mesmo aqueles que convivem conosco, semeando, levando o exemplo para outros círculos, objetivando o bem-estar geral.
Como vimos na crônica anterior o primeiro passo para o sucesso na batalha contra as emoções negativas seria estudá-las. Através do estudo e observação chegaríamos às causas que desencadeiam as emoções contraproducentes, passando daí para a luta e para o treino de como não expressa-las. Temos que aqui abrir um parêntese para lembrar que nós humanos, se observados através de uma visão energética, podemos afirmar que estamos organizados basicamente em sete centros, quais sejam: centro intelectual, centro instintivo, centro motor, centro emocional, centro sexual, centro emocional superior e centro intelectual superior. Cada um destes centros são responsáveis por energias diferentes que percorrem e comandam nossos instintos, sentimentos, pensamentos e atitudes.
Todas as emoções se originam em centro instintivo, sendo criadas, portanto, com material tirado do centro instintivo. Todavia, esse material que pertence legitimamente ao centro instintivo é indevidamente tomado emprestado dele. Como já deves ter observado, meu irmão, a situação é bastante original ou mesmo curiosa, uma vez que as emoções positivas não pertencem ao nosso centro emocional comum e sim ao centro emocional superior. E as emoções negativas, deves estar pensando, pertencem ao centro emocional comum. Eu te afirmo, meu irmão que me foi ensinado que nossas emoções negativas não pertencem ao centro emocional comum , uma vez que existem num centro artificial. O centro emocional artificial que não foi criado com os demais centros mencionados, toma material emprestado do centro intuitivo que juntamente com a parte negativa do centro instintivo que é somada a imaginação e a identificação faz nascer a emoção negativa.
Por não pertencerem ao centro emocional comum e nem superior , as emoções negativas que vivem num centro artificial não podem se desenvolver. Se pudessem se desenvolver seria desastroso, pois, não teríamos como combatê-las. Na realidade, a melhor forma para controlar nossas emoções negativas é aprender a não expressá-las. Quando tivermos aprendido a não expressar nossas emoções negativas poderemos avançar um passo a mais nessa árdua jornada espiritual, onde então nos defrontaremos com a identificação a qual será motivo para uma longa conversa futura.
Como vês, meu irmão, não estamos conversando sobre uma receita corriqueira de bem viver que ensina determinadas atitudes a serem tomadas e que até pode fazer bem durante alguns dias. Porém, é de nosso conhecimento que tais receitas são paliativas, pois, não curam nossa alma doente, e que depois tudo volta a ser como antes, pois, uma simples receita de bem viver não é a cura das atitudes da qual estamos tão necessitados. Nossas crônicas as vezes parecem repetitivas, mas, não são. É necessária a repetição para o perfeito entendimento. As crônicas, irmão, servirão para ti que aprendendo terás necessidade de repassá-las a outro para que ele também se cure. Se falarmos só superficialmente teremos outras receitas de bem viver, tapando o sol com peneira e não um curso de cura de atitudes através do autoconhecimento que se estudado com paciência e sem sofreguidão libertará nossa alma e nos ensinará a gerenciar as novas e possíveis emoções negativas que ainda tentarão nos molestar. Entendes o que te digo, abençoado irmão?
Passando para o lado prático da vida, vamos tomar como exemplo o chamado amor ciumento que dependendo da intensidade poderemos chamá-lo de “violenta emoção negativa”. Em princípio estamos errando em denominar o amor de ciumento vez que amor e ciúme são antagônicos e jamais parceiros. O amor é doçura enquanto o ciúme é raiva temperada com veneno.
Imagine um salão de festas onde pessoas sorridentes conversam entre si, enquanto outras dançam ao som de bela melodia. Numa mesa mais isolada um casal bem vestido a tudo assiste, correndo seus olhos pelo agradável ambiente. Eis que de repente surge no recinto uma mulher bonita e bem trajada trazendo para si muitos olhares de admiração. O olhar do homem que se encontra sentado na mesa isolada também pousou naturalmente sobre a bela aparição e mentalmente só apreciou o belo sem qualquer má intenção, pois, o senso de beleza nos é inerente vez que presente de Deus.
A mulher que lhe acompanha também observou a chegada da bela senhora e no mesmo instante dentro de si soou o alarme de perigo remetido pelo centro intuitivo que em conluio com a parte negativa do centro instintivo buscaram a ajuda da imaginação e assim houve o nascimento de uma emoção negativa. O centro intuitivo gritou: “perigo, mulher bonita chegando”. O centro instintivo falou ao seu ouvido: “este pedaço de carne ao teu lado é teu e ninguém pode se aproximar”. A imaginação por sua vez sussurrou à ciumenta: “Veja como ele está encantado com a recém-chegada!!!.
A mulher ciumenta volta-se ao acompanhante e surgem as acusações infundadas que levam a briga causada pela emoção negativa que chamamos de ciúme. O homem, por sua vez, perde a naturalidade e não sabe mais para onde olhar. Instaurado o mal-estar, a festa acaba para os dois e o amor diminui. Sobre a pobre mulher sofrida e ciumenta, vítima da emoção negativa, bem como de homens igualmente afetados por essa emoção aflitiva, falaremos oportunamente, certo, meu irmão?
Voltando quatro parágrafos desta crônica poderás ver na teoria o que pretendo te mostrar com o exemplo prático. Recomendo que penses por um instante qual a emoção negativa que mais te incomoda no momento e faça uma peça de teatro mental como aquela que aqui te apresentei. Cria situações, inventa personagens e viva naturalmente tua emoção negativa. Observa teu comportamento e como se portam as pessoas que vivenciam a explosão de tua emoção negativa. Volta mais uma vez ao quarto parágrafo logo acima e identifica nas cenas criadas por ti a atuação do centro intuitivo, do centro instintivo, da imaginação e o surgimento da emoção negativa. Treina isso para que amanhã possas impedir de se manifestar uma emoção negativa. Com o tempo, estudando cada uma delas poderás dizer que tens tuas emoções negativas sabiamente administradas.
Por último, deixa-me dizer que a emoção negativa nasce por culpa da nossa ignorância, da falta de conhecimento de nós mesmos. A ignorância é a contradição do conhecimento. Concordas comigo quando te digo que deves conhecer à ti mesmo para ser plenamente feliz?
Com amor,
Irmão Savas