Maria da Graça Monteiro Sanchez – Professora da UNOESC.
Mudanças dão movimento à vida. Afastam-nos da monotonia e da nossa tendência a um certo comodismo. Deixam bem claro – sejam bem-vindas ou não – que somos capazes de fazer bem mais do que supomos possíveis, ou mesmo razoável.
As mudanças comprometem o equilíbrio estabelecido e carregam consigo, é certa, uma dose de transtorno. Mas exercitam nossa capacidade de adaptação. Ao mesmo tempo em que oferecem chances de corrigir o que estava errado, de melhorar o que vinha sendo feito de forma insatisfatória, de complementar o que era insuficiente.
E descobrimos que, quanto mais complicada a vida, mais simples se torna vive-la. Quanto mais coisa para fazer, mais práticos nos tornamos. Quanto menor tempo, maior nossa eficiência, maiores as responsabilidades, menor o tempo a perder com auto-consideração e outras bobagens.
Bom seria se a vida viciasse como viciam os jogos eletrônicos: – os mais aficionados não desistem até alcançar uma fase mais adiantada. E depois a outra, e outra mais, pois vida também é um desafio. Um desafio crescente, cada etapa precede tantas outras tantas. E escolher uma delas para ser a última é como se trancar em casa, cerrar as cortinas e parar no tempo, enquanto a vida não deixa de florescer lá fora.