Caro irmão,
Alguma vez já imaginaste como seria o mundo sem amor? Sem amor pelos pais, irmãos, filhos, netos, pelo bichinho de estimação, pelo paciente com dores num leito de hospital ou pela beleza contida no céu por ocasião do crepúsculo? Sem amor no coração como apreciar os acordes de uma bela música? Imagine como seria o mundo sem o amor…
Todos procuraram o amor para viverem embevecidos… Ele, o amor, é como um ingrediente muito sutil de nossa consciência. O ser humano depende do amor… Sem o menor resquício do amor, ele não sobreviveria.
Engana-se quem pensa que o amor é um sentimento… Ele é muito mais que isso… O amor é um ser. O amor é alguém, um espírito vivo, real, ainda que invisível e quando desperto leva os homens à felicidade. Porém, tal qual uma brasa coberta de cinzas precisa de um sopro para avivar. O amor é algo que não se pede, mas, algo que se dá. Nosso interior é um manancial imorredouro que jorra amor em abundância. E dando amor teremos nosso coração sorridente, farto e em paz.
Impossível falar de amor sem falar em solidariedade. Solidariedade é um amor que não é solitário e muito menos egoísta, pois, é um amor que se importa com o outro, ou com muitos outros seres, sem ciúme, sem posse e sem controle, uma vez esses sentimentos, erroneamente são entendidos como se fosse amor, mas, do amor e da solidariedade estão muito distantes.
Bezerra de Menezes de maneira simples e sábia assim definiu a solidariedade:
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.”
Somos solidários cada vez que avivamos nossa compaixão diante de alguém necessitado, seja essa necessidade física ou moral. Somos solidários quando engajamo-nos a um grupo que unido não mede esforços para atingir seu objetivo, qual seja, o amparo ao necessitado. Aquele que é solidário esquece-se de si mesmo para conduzir os desvalidos.
Somos solidários quando distribuímos o sorriso da paz, quando damos o forte aperto de mão, quando abrimos nossos braços para receber aquele que busca o aconchego, quando tendo aprendido, ensinamos a perdoar trazendo o conforto para o coração ressequido pelo ódio. Somos solidários quando elevamos nossa voz e entoamos em conjunto o canto que eleva o espírito daqueles que precisam tirar os pés do chão e dar asas ao espírito para que acesse a Oitava Luminosa que é a luz da consciência experimentada através de uma oitava de frequências de som.
Somos solidários quando comemos menos para poder partilhar o alimento que temos a mesa lembrando que o faminto também tem paladar. Assim, o pão envelhecido que pode ser transformado em deliciosa sobremesa, não servirá de amostra da falsa generosidade com aqueles que têm fome.
É importante observar o verdadeiro sentido da solidariedade e não participar do sentimento derrotista que possuem muitos necessitados. A solidariedade visa a ajudar o outro a levantar-se, portanto, não devemos ter atitudes derrotistas e chorar com aqueles que ajudamos. O socorro se presta a levantar quem está caído e não a cair junto ao desvalido, pois assim estaríamos sintonizados com a energia do sofrimento alheio dificultando a cura daquele que surgiu em nosso horizonte.
Há aqueles que usam a solidariedade como ostentação. Nesta hora em que falamos de solidariedade como poderemos desprezar esses Irmãos? Não serão esses Irmãos que precisam de nossa solidariedade para descobrir a beleza, o conforto, e a alegria que preenchem o coração dos verdadeiros solidários? O falso solidário já se encontra no meio certo para exercer suas qualidades que ainda estão entorpecidas pelo ego exacerbado. É uma questão de tempo, tão somente, para o despertar daqueles que já foram içados pela Espiritualidade de Luz. Quando chegar a hora certa será aberta a cortina que lhes veda os olhos e o coração. Vamos, portanto, esquecer as críticas e alojar esses Irmãos no recanto santo de nossos corações… Eles nem sabem, mas, são tão sofredores quanto aqueles que buscam nosso amparo.
Com amor,
Irmão Savas
(Mentor do Núcleo Espírita Nosso Lar)