08 – Alegria
Encerrando esta série de artigos sobre Desenvolvimento Comportamental, reservamos para você as 20 (vinte) conclusões que poderão ser matéria de profunda reflexão, e cuja real compreensão poderá levar algum tempo, pelo que recomendamos que as leia mais vezes.
Medite sobre elas!
-
Cremos que o homem é uno com o mundo e que viver é testemunhar no seu estar presente esta ligação com o universo deixando com que a vida flua livremente.
-
Cremos que o homem é responsável pela sua vida e nada lhe acontece que não tenha sua participação ativa.
-
Cremos que o crescimento do mundo é fruto das transformações interiores de cada pessoa e que essas transformações influenciam o exterior.
-
Cremos que o trabalho é o modo do homem estabelecer e testemunhar a sua participação e que o trabalho não vale pelo que as outras pessoas achem dele, nem pelo seu lucro, mas pela intensidade, dedicação e gosto com que ele é feito.
-
Cremos que a vida humana é múltipla em manifestação, mas uma só em essência.
-
Cremos que crescer é fazer em níveis cada vez maiores a ligação entre os contrários.
-
Cremos que a família, menos que um conjunto de obrigações, é um laboratório de treinamento na “operacionalização do amor”, uma experiência comum das diferenças individuais. É na diferença que se situam o crescimento e o amor.
-
Cremos que as pessoas não são coisas e portanto não são propriedade de ninguém.
-
Cremos que o dinheiro é um meio, um instrumento do viver e não um fim na vida.
-
Cremos que o tempo não existe como força fora de nós, mas que o tempo somos nós mesmos em movimento, em transitoriedade, que a segurança não existe a não ser como aceitação da insegurança básica da pessoa humana. Que o amor, a bondade, a verdade e a ternura devem ser cultivados não por imposição moral, mas por que fazem parte da leis naturais do mundo.
-
Cremos que estamos na vida apenas para louvar a gratuidade, a simplicidade, o imprevisto. Que a vida só vive de improviso, no rascunho. Que nenhum de nós é o todo, mas apenas uma parte. Que a alma é um pedaço do nosso corpo e que o nosso corpo é um pedaço da nossa alma.
-
Cremos que até nisso as pessoas são iguais: cada uma é diferente. Que somos crianças, adultos e velhos ao mesmo tempo. Que viver é juntar diariamente o separado e separar diariamente aquilo que está junto.
-
Cremos que para aprender a nadar temos que aprender a mergulhar, que para aprender a ganhar, temos que aprender a perder, que para aprender a viver temos que aprender a morrer, que aprender a sentir prazer, temos que aprender a sentir dor, que para aprender a saber, temos que a aprender a não saber.
-
Cremos que ser diferente é ser livre, que o passado e o futuro são importantes como referências da nossa vida e não como determinantes dela. Que existem o conhecido, o desconhecido e o incognocível. Que o vazio faz parte do mundo e é onde recebemos o mundo. Que jamais teremos segurança total, inteligência total, presença total, saúde total, potência total.
-
Cremos que a nossa força vem da consciência de nossa fraqueza, que a nossa coragem, vem da consciência do nosso medo. Que enfrentar as coisas, vem da consciência da nossa fuga. Que a nossa alegria vem da consciência da nossa depressão e que a nossa esperança vem da consciência do nosso desespero.
-
Cremos se após a morte não existir nada, este nada é uma forma de existir. Que nós somos bons, verdadeiros, honestos, livres e sábios por natureza, embora as vezes sejamos maus, falsos, desonestos, presos e ignorantes. Que o mal não existe em si mesmo, é apenas uma ausência.
-
Cremos que somos apenas um canal de manifestação da vida. Que lutar contra é uma forma de onipotência, é querer parar o fluxo harmônico da natureza.
-
Cremos que mestre é aquele que aprende, não aquele que ensina. Que a autoridade vem dos fatos e não das pessoas. Que não queremos, não podemos e nem devemos ter qualquer compromisso com o sucesso. Que viver é apenas viver e não viver em função de alguma coisa. Que não estamos no mundo para viver pela nossa esposa, pelos nossos filhos, nem por alguém, mas apenas para vivermos com eles. Que o amor é quando somos bons e verdadeiros ao mesmo tempo.
-
Cremos que nascemos para ser e não para ter. Que o amor é liberdade, que liberdade é o casamento entre o que queremos e aquilo que podemos, que a vida é um mistério e nós somos parte dele. Que ajudar alguém não é dizer a outro como ele tem de ser, é ajudá-lo a se ajudar, é ajudá-lo a não precisar de nós.
-
Cremos que sempre é possível arranjar uma desculpa para não nos divertirmos, para não sermos felizes. Que amar é ser inocente, acreditar nas outras pessoas como uma criança acredita em outra criança. Que inocência é ver uma gota de orvalho em uma flor, é ver o broto das árvores, é ver uma borboleta, é saudar o pôr do sol, é deixar uma lágrima correr livre, é sujar a roupa branca, é sujar as mãos na terra, é rir dos nossos limites, é beijar o ar, respirar uma música, é contar as estrelas, é desprevenir-se, é descer no “escorregador”.
Antônio Roberto Soares – Psicólogo
Related posts