Estudemos, agora, o quadro geral da situação dos trânsfugas da vida, após a morte.

A ilusão do suicida é de que, com a extinção do corpo, cessam problemas e dores, mas a palavra de André Luiz, revestida da melhor essência doutrinária, informa que sai ele do sofrimento, PARA ENTRAR NA TORTURA…

Relatos de antigos suicidas e obras especializadas, de origem mediunica, falam-nos, inclusive, de vales sinistros, onde se congregam, em tétricas sociedades, os que sucumbiram no auto-extermínio. Nessas regiões, indescritíveis na linguagem humana, os quadros são terríveis.

Visão constante das cenas do suicídio, seu e de outrem. Recordação, aflitiva, dos familiares, do lar distante, dolorosamente perdidos na insânia.

Saudade da vida – vida que o próprio suicida não soube valorizar, por lhe haver faltado um mais de confiança na ajuda de Deus, que tem sempre o momento adequado para chegar…

Outras vezes, solidão, trevas, pesadelos horrendos, com a sensação, da parte do infeliz, de que se encontra “num deserto, onde os gritos e gemidos têm ressonâncias tétricas”.

Os mais variados efeitos psicológicos e as mais diversas repercussões morais tornam a presença do suicida, no mundo espiritual, um autêntico inferno, onde estagiará não sabemos quanto tempo, tudo dependendo de uma série de fatores que não temos condições para aprofundar, eis que inerentes à própria Lei de Justiça.

Ataques de entidades cruéis.

Acusações e blasfêmias.

Sevícias e sinistras gargalhadas povoam a longa noite dos que não tiveram coragem para enfrentar o tédio, a calúnia, o desamor, a desventura…

Se pudessem os homens levantar uma nesga da Vida Espiritual e olhar, à distância, as cenas de torturante sofrimento a que são submetidos os suicidas, diminuiriam, por certo, as estatísticas, mesmo nos mais conturbados e infelizes continentes.

O Espiritismo, descortinando tais horizontes, dizendo aos homens que a vida é patrimônio de Deus, que lhes não cabe destruir, cumprirá na Terra sua augusta missão de acabar com os suicídios.